O secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, foi assassinado na noite desta sexta-feira, na zona norte da Capital. Foi perto do Zaffari da Cristovão, no bairro Floresta, quando saia de um culto religioso dirigindo seu carro acompanhado da mulher e da filha. Homens armados teriam abordado o secretário. Segundo as primeiras informações foram dados dez tiros, três tiros acertado em cheio seu coração.
As primeiras informações dadas pelo seu partido, o PTB, afirmavam que Eliseu Santos teria sido vítima de assalto. Mas não creio que a primeira informação do seu partido tenha alguma coisa que ver com a realidade. Tudo indica que Eliseu Santos foi executado. Testemunhas afirmam ter visto homens armados saindo de um Vectra na Rua Hoffmann. Teriam saído caminhando depois de executarem os disparos.
Eliseu Santos foi vice-prefeito na primeira gestão de Fogaça. Na entrevista do prefeito no local do crime, Fogaça estava abalado e falou pouco. Mas disse que não sabia que o secretário estava sendo ameaçado de morte. Mas estas ameaças, segundo informe da jornalista Rosane de Oliveira do jornal Zero Hora, foram relatadas por Eliseu ao Ministério Público. Pelo que disse, o prefeito não sabia de nada. O certo é que Eliseu Santos atuava numa secretaria com muitos problemas. A própria Polícia Federal investigava um escândalo que envolveu o desvio de mais de 5 milhões de dinheiro público da cidade. Esta morte tem algo a ver com estes escândalos? Quem tem interesse na morte do secretário? Quem estava lhe ameaçando? São perguntas que necessitam de respostas urgentes.
Com o assassinato de Eliseu temos mais uma morte misteriosa na política gaúcha em pouco mais de um ano. Em fevereiro completou um ano do falecimento do assessor especial da governadora Yeda Crusius em Brasília, o senhor Marcelo Cavalcante. Até hoje não há uma conclusão sobre a causa da morte. A Polícia Civil de Brasília, até ontem governada por Arruda, define que foi suicídio. O Ministério Público Federal não se convenceu e pede maiores esclarecimentos. No caso do Eliseu, é óbvio, não está em questão que foi assassinato. Não creio que tenha sido um crime comum, um assalto seguido de morte. Tudo indica que foi uma execução. Por que? Quem? A mando de quem?
Quando foram noticiados os esquemas de corrupção envolvendo a secretaria da saúde e o rombo de 5 milhões nos cofres da cidade, o vereador e advogado do PSOL Pedro Ruas havia entrado com um requerimento para instalar uma CPI na Câmara Municipal. A CPI, é óbvio, se impõe como uma necessidade ainda mais gritante. Mas agora é preciso ir muito além. Não podemos aceitar que se banalizem os crimes na política.
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