quarta-feira, 14 de abril de 2010

Neida e Fernanda processadas. É só o que faltava!

É mais ou menos este o título do texto do blog da Luciana Genro expressando sua indignação contra a abertura do processo contra a vereadora Fernanda, expressão do PSOL, e Neida, a vice-presidente do CPERS. A justiça aceitou denúncia absurda e reacionária do Ministério Público Estadual. Trata-se dos protestos que tanto Neida quanto Fernanda participaram na frente da casa da governadora que tem chefiado o governo mais corrupto da história gaúcha recente. Quem luta contra as injustiças muitas vezes é atacado por uma justiça de classe, que acaba atuando para defender os privilégios e interesses da classe dominante. Este é o caso do processo contra as duas camaradas.
Lembro-me que fui processado acusado de cárcere privado quando liderei uma manifestação estudantil no Julinho, em 1984, quando eu tinha 16 anos. Já tinha completado 17 anos, no ano seguinte, quando veio a sentença: o juiz me condenou a dois anos de cadeia. Como era menor, a pena não vingou. Mas estávamos ainda no regime militar. Agora eles dizem que estamos numa democracia, mas as determinações indicam que a democracia não é um regime sem vínculos de classe. Ao contrário, não há democracia no vazio; a democracia atual, brasileira, é uma democracia burguesa, com muitas restrições e limitações. Isto é, trata-se, em última análise, de uma ditadura a serviço da burguesia. Esta é a única explicação para que a justiça tenha aceitado a denúncia. E mais, a acusação do MPE é tão absurda que não se limita a acusar de cárcere privado, mas afirma que Fernanda e Neida sequestraram a governadora. Vê se pode? É uma acusação ridícula. Enquanto isso a governadora que esteve à frente da máfia do DETRAN, e tem seus aliados e comparsas vinculados com o escândalo da solidária, continua solta e impune. Quer mais?

O deputado estadual do PSOL/RJ e a Tropa de Elite II

O jornal Zero Hora de hoje fez a matéria: "Nascimento ganhou antagonista". O assunto é sobre a última semana de filmagens do Tropa de Elite II. O primeiro todo mundo se lembra e quase todo mundo viu. O II promete ser melhor. A matéria diz que "José Padilha enfim abre o set de Tropa de Elite 2 para a imprensa. A ação ficou para trás e a cena do dia é de um Congresso de Direitos Humanos. O professor Fraga faz a sua conferência.

Fraga é vivido por Irhandir Santos (de Besouro). Na plateia está o homem que o inspirou: o sociólogo Marcelo Freixo. O que a Zero Hora nao diz eu completo. Marcelo Freixo é deputado estadual do PSOL do Rio de Janeiro e será nosso puxador de votos no Estado do Rio nas eleições deste ano. Marcelo Freixo sempre foi militante dos direitos humanos e entrou no PSOL quase na fundação do partido, sendo hoje um orgulho de todos os seus militantes. Em breve todos vão poder conhecer mais sua atividade corajosa, que hoje faz com que tenha que andar com seguranças 24 horas dia. Finalmente, o público vai conhecer mais este militante que serve como exemplo. Eu fiquei sabendo que Marcelo Freixo seria o Fraga do Tropa de Elite II porque o inspirador do Capitão Nascimento - o hoje ativo defensor dos direitos humanos -
Rodrigo Pimentel tinha me dado a boa notícia. Tive o privilégio de conhecer Pimental apresentado por Luis Eduardo Soares, escritor e antropólogo que junto com Pimental esteve em Porto Alegre apoiando a campanha de Luciana Genro para a prefeitura, Foi umas das melhores coisas que ocorreu na campanha.
Na matéria da Zero Hora reproduz o início da Fala do socióliogo Fraga ( antes do Marcelo Freixo ser deputado ele dava aula em presídios). Diz ele "O Estado gasta uma miséria com escola. Para manter uma criança no colégio, depende oito vezes menos que para manter um preso. O sistema carcerário, além de caro, é inoperante. Pior: opera em sentido contrário. Quem rouba um celular sai dele formado em crimes piores. E a população carcerária não para de crescer – dobra a cada oito anos, enquanto a população brasileira dobra a cada meio século."

"Assim, em 2081 o Brasil terá 570 milhões de habitantes e 510 milhões de presos – diz."

O jornal Zero Hora segue: "Fraga é o antagonista do capitão Nascimento, que em Tropa 2 virou coronel. Havia a cobrança por uma sequência, depois que o filme virou um fenômeno – artístico e social. TVs do Brasil e do Exterior quiseram transformar Tropa em série. Para ter mais liberdade, Padilha e seu sócio, Marcos Prado, apostaram no cinema. Arriscaram. Eles e o ator Wagner Moura, entre outros, investiram dinheiro do bolso para completar o orçamento, que pode chegar a R$ 16 milhões.

– Se Tropa 2 repetir os 2,5 milhões de ingressos vendidos do Tropa 1, vai se pagar e ainda dar lucro – afirma o diretor."

A notícia é boa demais. Para o cinema. E para aqueles que querem uma nova política, contra a corrupção, contra a violência de um Estado de privilégios, em defesa dos direitos humanos e civis. Marcelo Freixo, deputado do PSOL, junto com Rodrigo Pimental, com Wagner Moura, com Padilha, mostram que vale a pena lutar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A Igreja Católica e os crimes contra as crianças

Na Folha de SP de hoje saiu a seguinte reportagem: "O Vaticano lançou uma dupla frente de defesa ontem no escândalo das suspeitas de abusos sexuais de menores por padres, com a divulgação de suas diretrizes internas sobre o tema, nas quais recomenda a denúncia à Justiça civil, e com a declaração de seu número dois, no Chile, de que a pedofilia não tem ligação com o celibato e sim com o homossexualismo" Isso mesmo, a Igreja Católica vira suas baterias contra os homossexuais para fortalecer o preconceito contra a livre orientação sexual e tentando confundir as pessoas com esta ideia absurda de que a liberdade sexual - e não a repressão sexual - tem relação com os crimes cometidos contra crianças, crimes cometidos por padres e bispos e acobertados pela cúpula da Igreja, e até, segundo documentos do Vaticano revelados pela imprensa norte-americana, abafados pelo próprio Bento 16, o Papa atual, quando Joseph Ratzinger era cardeal e comandava a Congregação para a Doutrina da Fé.
A Folha reproduz a declaração absurda do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, em entrevista coletiva em Santiago: "Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram que há entre homossexualidade e pedofilia".
Felizmente, na mesma reportagem a Igreja Católica sofre um claro revés. Segundo um relatório da Igreja Católica na Irlanda, publicado no ano passado, "cerca de 15 mil crianças sofreram abusos nas mãos de padres e religiosos entre os anos 30 e 90, denúncias e investigações pipocaram pela Europa e voltaram a surgir nos EUA. Uma linha telefônica para denúncias anônimas por vítimas aberta no fim do mês passado na Alemanha -terra natal do papa- recebeu quase 15 mil ligações em uma semana"
Assim, a Igreja Católica, com sua cúpula reacionária, está claramente defendendo um dos maiores crimes provocados por distúrbios sexuais que certamente aumentam com a repressão da sexualidade, cujo Celibato é uma expressão clara. A mesma Igreja que defendeu a inquisição e o feudalismo contra as revoluções democráticas burguesas, que tratou de impedir o quanto pode o desenvolvimento da ciência - e ainda tenta - e que apoiou as ditaduras militares como a do Processo na Argentina (e é fervorosamente anticomunista), agora está sendo enfraquecido por estes sucessivos escândalos. Com todo o respeito pelo espírito religioso, faz bem para todos que esta instituição historicamente contra-revolucionária seja revelada ao mundo como ela realmente é.

Dia 13 de abril - para não esquecer

Foi no dia 13 de abril de 2002 que o golpe contra-revolucionário contra o presidente Hugo Chávez foi derrotado. No dia 11, forças golpistas da cúpula militar, apoiados pela burguesia venezuelana e pelo imperialismo norte-americano, via a participação ativa da embaixada, protagonizaram a tentativa de golpe. Prenderam Hugo Chávez dentro mesmo do Palácio Miraflores e deram posse ao empresário Pedro Carmona, principal representante da burguesia naquele momento. O que as forças burguesas não calcularam foi a reação do povo. Aos poucos as pessoas começaram a se informar sobre o que estava ocorrendo e começaram a reagir. Setores militares, donas de casa, estudantes, trabalhadores comuns, e, sobretudo os bairros pobres começaram um movimento revolucionário para derrubar o golpista. O dia 13 entrou para a história deste país como o dia do levante de mais de um milhão de pessoas que tomaram as ruas e ocuparam o Palácio Miraflores, derrubando e prendendo os golpistas e entregando novamente o poder para Hugo Chávez. Literalmente, as massas devolveram o poder ao presidente. Com esta vitória democrática revolucionária a direita e as forças da contra-revolução sofreram um revés estratégico. Ao mesmo tempo, caso o golpe tivesse se firmado, teríamos a concretização de uma mudança na correlação de forças na América Latina. O golpe mais recente de Honduras, infelizmente, não foi derrotado e a estabilização dos golpistas representa uma derrota em todo o continente. Por isso não podemos esquecer de comemorar o dia 13 de abril, dia da vitória da insurreição, nem deixar de lembrar a necessidade de apoiar a luta de resistência contra a ditadura de Honduras, entre outras batalhas de nossos irmãos latino-americanos.

Avatar e Belo Monte

A atriz Sigourney Weaner, que fez o papel de uma cientista criadora do programa Avatar e defensora do povo nativo de Pandora, os na'vis, esteve hoje em Brasília com James Cameron, o diretor do filme. Os dois participaram da manifestação contra a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Foi realmente bonito ver estes dois norte americanos juntos com os índios e com o MST denunciando esta violência contra a natureza que provocará a inundação de cinco municípios e que e desestruturá as condições de vida de cerca de 10 mil indígenas. Como todos já sabem, no filme o fuzileiro se torna um Avatar, a mistura entre humano-Na'vo, e depois se integra na vida dos nativos e termina como eles, na luta contra os humanos invasores que destroem a natureza para conquistar as pedras preciosas de Pandora. No Avatar a natureza vence, depois de uma revolta que une os Na'vis e as forças da natureza animal, os poderosos bichos de Pandora. Pena que na vida como ela é a natureza não toma partido. Por isso cabe a nós defendê-la. Sigourney Weaner e James Cameron estão de parabéns.

domingo, 11 de abril de 2010

PSOL e as eleições - Popularizar o voto 50 (e o 500) será o desafio do partido

Em vários estados do Brasil o PSOL já escolheu seus pré-candidatos aos governos estaduais. Neste sábado se encerrou o capítulo da escolha do pré-candidato da fórmula presidencial. No Rio de Janeiro se reuniram duas plenárias de delegados que haviam sido eleitos para a Conferência Nacional do PSOL. A maioria dos delegados se reuniu na sede do Sindicato dos Previdenciários, no bairro da Lapa, juntos com Heloísa Helena, Luciana Genro e 12 presidentes regionais do partido (MG, RS, RJ, GO, PE, RN, para citar alguns) na plenária em que estavam os apoiadores do Martiniano Cavalcanti. Outra parcela importante de delegados, em ligeira minoria numérica, era composta pelos apoiadores de Plínio de Arruda Sampaio e Babá, cuja plenária denominaram como Conferência e contava com uma forte maioria de delegados eleitos em SP.
Mas a escolha do candidato não ocorreu nestas plenárias. O Diretório Nacional reunido numa péssima data - 1 de abril - havia já decidido quando num ato arbitrário cassou as delegações do ACRE e o representante de Roraima. Como a retirada da candidatura de Babá a favor de Plínio era previsível - o que de fato ocorreu - a disputa entre Plínio e Martiniano era cabeça a cabeça. Uma maioria ocasional do Diretório resolveu a disputa a favor de Plínio ao cortar as duas delegações. Assim, Plínio na prática foi escolhido pelo Diretório.
Apesar do estatuto do PSOL definir que o candidato do partido deve ser escolhido numa Conferência - e de fato não existiu uma Conferência - Martiniano retirou seu nome da disputa para preservar a unidade do partido à medida que, na ausência de uma verdadeira Conferência, se inviabilizou a possibilidade de alterar a decisão do Diretório em fóruns internos do PSOL antes das eleições. Ao mesmo tempo os apoiadores de Martiniano estão desde já demandando a realização de um Congresso partidário para renovar a direção do partido que já não está em sintonia com a vontade da maioria dos filiados. Nas próximas horas estará sendo divulgado o manifesto da maioria dos delegados que foram eleitos no qual se explica não apenas as razões da renúncia de Martiniano, mas se apresentam as propostas que devem nortear a ação partidária para que o PSOL avance como ferramenta dos trabalhadores e do povo, como instrumento de organização e luta pela melhoria das condições de vida e por um projeto alternativo para o Brasil.
Agora, o desafio do partido é sair com força e energia às ruas e se vincular cada vez mais ao povo, que é o lugar do PSOL. Durante o ano, o desafio eleitoral prioritário será, sem dúvida, eleger Heloísa Helena como senadora pelo Estado de Alagoas (neste caso o voto é o 500). Heloísa enfrentará a turma de Collor e Renan, apoiados por Lula. Junto com a prioridade da eleição de nossa principal expressão pública, temos a tarefa da reeleição dos deputados federais e estaduais, em seguida a busca de novos mandatos junto com a campanha dos governadores - nós do sul vamos jogar todas as nossas forças em Pedro Ruas) e do presidente. Em todo o país, de norte a sul, para todos os cargos, o partido irá crescer chamando a população a votar no 50 (e no 500) e a construir uma alternativa de esquerda e democrática. Com o PSOL mais forte, com Heloísa Helena de volta ao Senado, os filiados e militantes escolherão soberanamente os próximos passos deste partido cuja vocação é ganhar influência junto ao povo como único caminho para mudar o Brasil.