quinta-feira, 29 de abril de 2010

Collor governador com o apoio do PT e do PC do B

É isso mesmo. Até agora o candidato da frente apoiado por Dilma e Lula era Ronaldo Lessa, do PDT. Collor, senador pelo PTB de Alagoas, está nesta aliança e apoia Lessa. Como se sabe, Collor é hoje da base de apoio do presidente Lula. Quem não se lembra que Renan Calheiros, líder do corrupto governo Collor de 1990-92, foi defendido com unhas e dentes pelo PT e por Lula quando foi acusado por irrefutáveis denúncias de corrupção? Mas voltemos ao que impressiona e para a novidade do dia: Collor quer ser candidato a governador de Alagoas pela aliança PTB/PDT, PP, PT e PC do B. Mário Agra, presidente do PSOL de Alagoas me deu esta notícia hoje à tarde. Brinquei com meu amigo que deste jeito ele terá os votos de todos os progressistas, democratas e socialistas do Estado. Afinal Collor já é demais. Mas,terá o apoio do PT e de Lula. A notícia abaixo confirma o que Mário Agra me adiantou por telefone. Não sei se no final Collor realmente vai insistir na empreitada porque talvez Lula, Dilma ou seus assessores tratem de atuar para evitar este fato que desmascara a política oportunista e reacionária que o PT desenvolve ao bancar alianças com as oligarquias corruptas. Neste caso com a dupla Collor/Renan. Segue abaixo a reportagem.

Direto de Alagoas

O senador Fernando Collor (PTB-AL) quer ser outra vez governador em Alagoas. Os aliados do ex-presidente vão na próxima terça-feira (4) a Brasília se encontrar com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi- também presidente nacional do PDT -, para tentar convencê-lo a fazer com que o pedetista Ronaldo Lessa desista de disputar a eleição para o governo do Estado. Lessa é o atual pré-candidato apoiado pelo presidente Lula.

Pelas pesquisas de intenção de votos, Lessa aparece na primeira colocação entre a preferência do eleitorado. O atual governador, Teotônio Vilela Filho, é candidato à reeleição no Estado. Nessa pretensão de concorrer em Alagoas, Collor tem o apoio do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros.

A reunião em Brasília na terça-feira entre Lupi e Collor foi confirmada pelo deputado federal Augusto Farias (PTB-AL), da Executiva Estadual da legenda, e pelo próprio Lessa. Ambos afirmaram que Collor pretende ser candidato.

Lessa disse conhecer a estratégia de Collor, mas avisou: não desiste da disputa. "Pode vir o João, o Manoel, o Fernando, o Benedito. Sou candidato ao Governo, com o apoio do presidente Lula e da ministra Dilma", afirmou. Hoje, Collor integra a mesma base política de Lessa.

A se confirmar a pré-candidatura do ex-presidente, Dilma corre o risco de, sem a desistência de Lessa, ter um palanque duplo no Estado, além de ser obrigada a apaziguar um racha na base de sustentação da candidatura da petista ao cargo máximo do Executivo nacional. Uma eventual desistência de Lessa e o consequente lançamento de seu nome para uma vaga no Legislativo federal deverá passar pelo crivo do ministro Lupi.

Políticos ligados a Collor têm esperanças de que ele venha a conseguir um sinal verde do Palácio do Planalto. O PT de Alagoas, porém, é radicalmente contra esse desejo: não quer Collor no palanque de Dilma. "O palanque de Dilma Rousseff em Alagoas, com o apoio do presidente Lula, é o de Ronaldo Lessa", disse o presidente estadual do PT, Joaquim Brito. "Tivemos um congresso em abril e foi unânime: não apoiaremos Collor sob nenhuma hipótese a nada", acrescentou o petista. Se a proposta for levada adiante, o pedetista já admite enfrentar Collor nas urnas.

Em janeiro, uma reunião entre o presidente Lula e o ex-governador retirou Lessa da disputa ao Senado, deixando o caminho livre para a reeleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido no Senado. "O que o Fernando deseja é que o Lupi nos ajude a fazer uma possível retirada do Ronaldo da disputa ao Governo. Temos pesquisas internas que mostram uma demanda eleitoral maior em favor do Collor", explicou Augusto Farias. Augusto não divulgou números nem o instituto que realizou as tais pesquisas.

A decisão de Collor de buscar a candidatura é justificada pela movimentação dos tucanos no Estado. Nesta quinta-feira (29), o PP, que integrava o "chapão" alagoano - com Collor, Renan e Lessa -, decidiu se aliar à reeleição do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). O presidente estadual do PP, o deputado federal Benedito de Lira, disse apoiar Vilela, embora pretenda votar em Dilma. "Meu compromisso é com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma. Em Alagoas, com Teotônio Vilela Filho", disse Lira.

Além disso, depois do impeachment em 1992, Collor e Lessa disputaram duas eleições, sempre em lados rivais: em 2002, Lessa tentava a reeleição e Collor a vaga ao Governo. A vitória foi de Lessa. Em 2006, os dois voltaram a se enfrentar: Collor lançou-se a disputa ao Senado 28 dias antes da eleição e ganhou de Lessa.

Hoje, os dois estavam do mesmo lado. "Há dificuldades, tínhamos divergências e diferenças na política. O que une os projetos com Renan e Collor é a unificação das oposições contra o atual governo do Estado, que é reprovado pela população", explicou Lessa. "Não me surpreende ele querer ser candidato ao governo. Mas, não desisto da disputa", avisou Lessa.


(Colaborou a repórter Laryssa Borges, de Brasília)

2 comentários:

  1. Sem comentários! O PT traiu os trabalhadores de uma maneira vexatória. Se aliou com o pior da escória oligárquica deste país, setores da classe dominante deste o Império. Mas é necessário seguir em frente. O dever dos socialistas é fazer da Revolução Brasileira o funeral das velhas oligarquias e da Burguesia nacional.

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  2. Isso não seria reflexo da candidatura de Heloísa Helena ao senado? Já que ela tira uma vaga de algum deles, os governistas vão se degladiar pelo governo do estado...hehe

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