sábado, 1 de maio de 2010

Imigrantes em luta

O camarada e amigo Israel Dutra enviou uma notícia que vale a pena divulgar: a ação de massas dos imigrantes nos EUA. Com as leis anti-imigrantes votada no estado de Arizona, a situação dos EUA tende a se polarizar. O aumento da população de imigrantes ou de seus descendentes combinada com a existência de uma parcela da população reacionária e racista mostra que os EUA vão concentrar cada vez mais contradições. Reproduzo o texto da Folha.

01/05/2010 - 17h21
Milhares protestam contra lei de imigração do Arizona nos EUA
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Colaboração para Folha

Apesar da assinatura na sexta-feira (30) de uma emenda à polêmica nova lei de imigração do Estado do Arizona, amenizando aspectos com potencial discriminatório, milhares de imigrantes saíram em marchas de protesto pedindo reformas federais sobre as leis de imigração americanas em diversas cidades dos EUA, aos gritos de "Todos Somos Arizona".

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De acordo com ativistas pró-imigração, a lei colocado em vigor pela governadora do Arizona, Jen Brewer, acordou um "gigante adormecido".

Em Nova York, um dos coordenadores dos trabalhadores envolvidos no protesto, John Delgado, disse que mais de 5.000 pessoas foram à Praça Foley, em Manhattan para protestar a favor dos imigrantes no país.

Jason Redmond/AP

Milhares protestaram contra a lei de imigração do Arizona neste sábado em Los Angeles, nos Estados Unidos

Na cidade de Los Angeles, que além dos protestos havia planejado um show com estrelas latinas, a cantora Gloria Estefan deu início a uma grande marcha a favor da reforma federal sobre as leis de imigração.

Estefan falou em inglês e espanhol em cima de um trio elétrico, e proclamou que os Estados Unidos são uma "nação de imigrantes". A cantora disse que os imigrantes são bons, trabalham duro e não devem ser tratados como criminosos.

O cardeal Roger Mahony, que vem criticando as novas leis contra imigração do Arizona, também estava sobre o trio elétrico, gritando em espanhol, "Si, se puede", fazendo alusão ao slogan de campanha do presidente americano, Barack Obama, "Sim, nós podemos", ou "Yes, we can", em inglês.

Os organizadores dos protestos acreditam que a polêmica lei possa atrair dezenas de milhares de pessoas às ruas de cerca de 70 cidades de costa a costa dos Estados Unidos.

Ainda na sexta-feira (30) diversos membros da comunidade latina nos EUA chamaram a população para os protestos. "É importante que nos unamos e participemos de uma marcha pacífica para que sejam respeitados os direitos e a dignidade de nossa comunidade", afirmou Eddie "Piolín" Sotelo, o locutor de maior audiência em língua espanhola dos EUA.

Mario Anzuoni/Reuters

Manifestantes preparam cartazes para as marchas de protesto
Líderes de grupos de imigrantes no país, em sua maioria latinos, convocaram a passeata de 1º de maio em Los Angeles para pedir uma reforma das leis de imigração e defender um boicote contra o estado do Arizona pela nova lei contra estrangeiros sem documentos.

"O lema tem que ser 'Todos Somos Arizona'", disse Nativo López, presidente da Associação Política Mexicano-Americano (Mapa, na sigla em inglês).

"As organizações e o povo do Arizona, não apenas os mexicanos e latinos, mas também os índios americanos, os afro americanos e as pessoas trabalhadoras em geral, são as verdadeiras vítimas que estão na linha de frente desta lei retrógrada e racista promulgada pela governadora Jan Brewer", declarou Lopez.

Protestos

A lei promulgada na semana passada pela governadora republicana do Arizona Jan Brewer provocou uma onda de indignação entre a comunidade hispânica nos Estados Unidos, a principal minoria no país com 44 milhões de habitantes, e também em países da América Latina.

Na quinta-feira (29), três grupos de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos anunciaram que apresentarão uma ação federal contra a lei que criminaliza os imigrantes sem documentos, permite à polícia interrogar sobre o estatuto migratório e pune qualquer pessoa que contrate ou que transporte as pessoas "sem documentos".

Uma pesquisa da empresa Angus Reid publicada na quinta-feira (29) revelou que 76% dos americanos apóiam que seja convertido em crime o transporte de pessoas sem documentos, e uma esmagadora maioria respalda regulamentações similares à promulgada no Arizona.

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