Hoje, no final da tarde, este já era o número oficial de mortos da tragédia do Rio de Janeiro: 138 mortos. Mais de 20 mil pessoas estão desabrigadas. Quem assistiu as cenas de televisão viu as pessoas desamparadas, sem assistência, sem informações, sem transporte, sem bombeiros. Eram horas para aparecer uma equipe de ajuda pública, seja de bombeiros ou de homens da defesa civil, capazes de ajudar as pessoas a enfrentarem um deslizamento, ou garantir botes para que pessoas pudessem sair dos coletivos ilhados ou outro tipo de imprevisto. As equipes de TV chegavam, mas assistência pública nada. Esta é a realidade do descaso com o serviço público.
O Brasil visivelmente está completamente despreparado para enfrentar qualquer tipo de acidente grave. E o Presidente Lula, com sua já conhecida esperteza na comunicação de massas, segue apostando, mais do que na sua capacidade, na ignorância alheia. Numa de suas principais entrevistas sobre a tragédia, disse simplesmente que o problema é que as pessoas não querem sair das casas que se encontram em áreas de risco. É incrível. Sabe-se que no Rio de Janeiro devemos ter mais de 20 mil famílias que vivem nestas áreas. Segundo Lula elas não saem dali porque não querem. O Presidente aposta mesmo na alienação e na desinformação. Mas neste caso muita gente sabe que as pessoas vivem em áreas de risco simplesmente porque não tem para onde ir. Preferem ficar em suas casas ameaçadas a ir para debaixo de pontes, viadutos e marquises de prédios.
O que o Brasil precisa é de uma verdadeira urbanização, uma reforma urbana capaz de garantir a construção de moradias e casas populares, provocando um multiplicador da capacidade de produção que permita o crescimento do emprego e da renda. Esta é a primeira lição da tragédia do Rio de Janeiro. Uma tragédia que mostra como o Brasil está longe de um verdadeiro desenvolvimento social e civilizatório.
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