quarta-feira, 7 de abril de 2010

O mundo sem saúde

Hoje é o chamado Dia Mundial da Saúde. É incrível como a demagogia não tem limites. Dia mundial da saúde? O que isso quer dizer? Não é preciso lembrar que mais de um bilhão de pessoas vive na miséria absoluta, talvez com menos de dois dólares por dia. São mais de um bilhão de pessoas que estão desempregadas e o sistema do mundo capital já mostrou que não tem a menor condição de garantir nem emprego nem salários minimamente decentes para centenas de milhões de pessoas. Saúde, então, nem pensar. Num quadro destes a saúde está entregue. No Brasil, como é óbvio, o quadro é de abandono: atenção básica sem recursos e sem pessoal, falta de atendimento médico, poucos e precários postos de saúde, filas nos hospitais, baixos salários dos profissionais. A saúde privada privilegiada e voltada para altas taxas de lucros e a saúde pública sem investimentos.
Na nossa aldeia local, Porto Alegre, há casos que beiram o absurdo: numa cidade de 1,5 milhões de habitantes, temos apenas um reumatologista para atender a rede ambulatorial do SUS (este é um dado do Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo). Enquanto isso, a mesma cidade de Porto Alegre teve quase 10 milhões de reais roubados de seus cofres públicos durante a gestão terceirizada dos Postos de Saúde da Prefeitura levada adiante pelo Instituto Sollus - Oscip com sede em Sorocaba - durante a administração de Eliseu Santos na secretária da saúde do governo Fogaça. Para que serve mesmo ter o dia mundial da saúde?

Nenhum comentário:

Postar um comentário