terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Atenas, Lisboa, Madri...

Niall Ferguson em artigo para o "Financial Times" e reproduzido pela Folha de SP de domingo, 14 de fevereiro, afirma que a crise da dívida soberana que está atingindo os países do sul da zona do Euro, com destaque para a Grécia, não ficará restrita aos mesmos. Irá atravessar o Atlântico, cedo ou tarde. Tudo está relacionado com o imenso déficit fiscal dos países capitalistas, produto do socorro necessário para provocar demanda no sistema. O modelo keynesiano não é grátis. Em algum momento a dívida é cobrada. "Para os EUA, o maior devedor do mundo, o dia do pagamento parece reconfortantemente distante", diz no artigo. Mas a segurança dos títulos norteamericanos é tão grande quanto Pearl Harbor era em 1941, afirma o autor. Com uma dívida que se aproxima de US$ 15 trilhões, isso implica em US$ 300 bilhóes de custos de juros a mais por ano e o montante que tudo isso precisa ser pago irá chegar. Vale a pena ler o artigo. Aliás, o quadro indica que na Grécia, país em que ocorreram mobilizaçoes revolucionárias importantes nos últimos meses, certamente vai conhecer novas lutas de massas contra a tentativa de fazer com que os trabalhadores paguem pela crise. A atual greve nacional do funcionalismo público é apenas uma pequena mostra do que virá.

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